tag:blogger.com,1999:blog-30076985024912524872024-03-05T20:00:08.404-08:00BORN TO BE UAILicinio A Goncalveshttp://www.blogger.com/profile/03843317222650755943noreply@blogger.comBlogger22125tag:blogger.com,1999:blog-3007698502491252487.post-76453803756928686112021-02-02T03:56:00.001-08:002021-02-02T04:01:37.160-08:00A Galinha Acéfala<p> Hoje me lembrava de quando eu era criança e ia para a roça do meu avô. Tinha uma cozinheira lá que se chamava Vilma. Eu e meu irmão, com aquele olhar compungido e ao mesmo tempo sádico de crianças da cidade, não perdíamos a hora que a Vilma ia matar uma galinha para o almoço de domingo.</p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgPPpfYi5eA3KxcEUilKpHcT05Ihu_K-n7EIKBImvgBiaGUsViwXZ61Z-J1ICkuGSIJUjPk8nFfep0H3l6J-mEdJCnW9lF38G0YOPHTp_zBCTbunesZwCaDChMSzG3v5oMTUgvg0irbdTZ8/s760/144153128_3983233925020430_8457378396485209003_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="726" data-original-width="760" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgPPpfYi5eA3KxcEUilKpHcT05Ihu_K-n7EIKBImvgBiaGUsViwXZ61Z-J1ICkuGSIJUjPk8nFfep0H3l6J-mEdJCnW9lF38G0YOPHTp_zBCTbunesZwCaDChMSzG3v5oMTUgvg0irbdTZ8/s320/144153128_3983233925020430_8457378396485209003_n.jpg" width="320" /></a></div><br /><p>Certa feita, logo após a protocolar torcida no pescoço da penada, a Vilma passou a faca para deixá-la sangrar. Por um descuido, afrouxou os pés que imobilizavam as asas da pobre moribunda e eis que ela saiu correndo e esvoaçando pelo quintal. O detalhe é que já não tinha cabeça ligada ao pescoço. Depois de trombar em tudo que aparecia em seu caminho, com o sangue esvaindo de onde deveria estar a cabeça e deixando qualquer filme de terror no chinelo, por fim a desventurada tombou. Como vêem, carrego essa imagem e esse trauma até hoje. Meu irmão se recusou a comer a galinha naquele domingo.</p><p>Por que estava lembrando disso?</p><p>Eu refletia de como nosso país se assemelha àquela galinha. Estamos completamente acéfalos em meio a uma pandemia, correndo em todas as direções e mostrando nossas chagas ao mundo.</p><p>Não fui vacinado até hoje. Isso em si não é o problema. O problema mesmo é a falta de perspectiva. Para aqueles que não são da área é importante esclarecer que o Brasil já teve um PNI (plano nacional de imunização). Com ele éramos capazes de fazer campanhas vacinais e em um sábado, imunizar milhões de pessoas.</p><p>E não, não é saudosismo do PT! O PNI começou ainda durante a ditadura militar e pasmem: vacinar era obrigatório!</p><p>Lógico que ao longo dos anos e principalmente após a implantação do SUS, o número de vacinas e a capilaridade do sistema foram ampliados. Hoje o que vejo é uma total desarticulação. BH tem critério diferente de Contagem, que por sua vez é diferente de Betim. O Mato Grosso do sul vacinou mais rápido que Minas Gerais e São Paulo.</p><p>Quem já conseguiu ser vacinado fica na expectativa se haverá vacina para a 2ª dose...ou seja estamos sem rumo e sem norte. Somos como a galinha sem cabeça a trombar uns contra os outros, esvaindo nossa força vital e correndo meio que por reflexo na tentativa de evitar a nossa morte.</p><p>Espero que não tenhamos o mesmo fim da galinha da minha infância e que ao menos nós, mantenhamos a cabeça no lugar.</p>Licinio A Goncalveshttp://www.blogger.com/profile/03843317222650755943noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3007698502491252487.post-12223399457379121172021-02-01T19:04:00.001-08:002021-02-02T15:24:52.259-08:00Minha ilha, meu coração.<div>Tem momentos que dá vontade de comprar uma ilha, não muito pequena, mas também não muito grande. Lá eu construiria um país só para os meus amigos. Não precisaria nem que pensassem igual a mim, mas que fossem dados à gentileza e à cordialidade.</div><div><br></div><div>Esses amigos precisariam ser também misericordiosos a tal ponto que ninguém sofresse solitariamente. Deveriam também amar o improvável, o feio, o sujo e o pobre mau cheiroso, pois tenho outros amigos que são assim e também estariam na minha ilha.</div><div><br></div><div>Na minha ilha/país as casas não teriam cercas e as portas não teriam tranca. As ruas seriam das crianças e não haveria carros.</div><div><br></div><div>Não haveria aparelhos de som e a música deveria ser tocada ao vivo, ou cantada nos chuveiros. O silêncio seria obrigatório até o meio-dia e não haveria despertadores.</div><div><br></div><div>Não haveria celulares, mas as cadeiras nas calçadas seriam aos milhares.</div><div><br></div><div>Lá não haveria armas, só seriam permitidas as facas para descascar laranjas. As frutas seriam colhidas no pé só quando maduras. E seriam muitas árvores, tantas e tão frondosas que seria impossível se queimar de sol ao andar pelas ruas.</div><div><br></div><div>Mais uma coisa que não haveria é a culpa, pois seríamos fiéis guardiães da inocência. Haveria Deus, mas não haveria religiões que O aprisionassem. Meu Deus é libertador!</div><div><br></div><div>Fiquei pensando em um nome para milha ilha/país. Acho que vou chamá-la de Coração!</div><div><br></div><div>Quem quer viver na minha ilha?</div>Licinio A Goncalveshttp://www.blogger.com/profile/03843317222650755943noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3007698502491252487.post-45226039032233451372020-10-19T15:26:00.000-07:002020-10-19T15:26:08.593-07:00A difícil arte de manter a Paz.<p style="text-align: right;"><span style="font-family: arial;"> Licínio Andrade Gonçalves</span></p><h2 style="text-align: left;"><span style="font-family: arial; font-size: x-small;">Originalmente publicado no Facebook dia 11.03.2020</span></h2><p><span style="font-family: arial;">Segunda-feira, 09 de março. Como não tinha auxiliar de farmácia algum, fui mais cedo ao posto de saúde onde trabalho para passar as rotinas e apresentar o local a uma auxiliar emprestada de outra UBS.</span></p><p><span style="font-family: arial;">Como a fila estava enorme, eu estava atendendo também.</span></p><p><span style="font-family: arial;">Dada hora, ainda na parte da manhã, a auxiliar me mostra uma prescrição de antibiótico com uma posologia para lá de esquisita. Achei que o prescritor havia se enganado, usando o nome de um medicamento e a forma de uso de outro. Acontece!</span></p><p><span style="font-family: arial;">Questionei ao usuário que me afirmou ter feito uma cirurgia recentemente. Fiquei mais atento ainda. Resolvi não dispensar o medicamento e solicitar ao prescritor que confirmasse a posologia ou justificasse sua alteração. Para quem não sabe, antibióticos têm hoje um rigor na dispensação semelhante aos psicotrópicos.</span></p><p><span style="font-family: arial;">Foi o suficiente para o senhor sair do sério e, me ofendendo, dizer que eu era obrigado a atender o que o médico havia prescrito. Que eu não passava de um empregado e não tinha que questionar nada.</span></p><p><span style="font-family: arial;">Dai para começar a ofender o SUS foi um pulinho. Dizendo que teve que pagar a cirurgia particular, pois a fila no SUS não andava. Que era empresário e que iria fechar a empresa para parar de pagar imposto...bom, foi o pacote de queixas completo.</span></p><p><span style="font-family: arial;">A cereja do bolo, entretanto, ficou para o final. Cheio de raiva e arrogância, disse que não precisava do SUS, pois tinha dinheiro e aí pegou a carteira e começou a me mostrar notas de R$50,00.</span></p><p><span style="font-family: arial;">Há momentos que entendo perfeitamente o termo Diabo ou Diabolus no grego, que significa "o que divide". São pessoas que desunem, dividem nosso espírito e quebram nossa paz. Fiquei o dia inteiro chateado, com uma sensação de energia dragada, vampirizada.</span></p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgf-NAGtm_1_cIWEePVTEqBSvFuVnDNGf9EQKGV9E4y2xmNhjYen-UKUGgP9pa1E9J69R8xOfqDgsI56zNryhvd9Qui0Potn4CWOaBev5W1GVBCyVbWBA_1qc_o-j-SFbiHwKYK_FHfyp4g/s259/images.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="194" data-original-width="259" height="235" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgf-NAGtm_1_cIWEePVTEqBSvFuVnDNGf9EQKGV9E4y2xmNhjYen-UKUGgP9pa1E9J69R8xOfqDgsI56zNryhvd9Qui0Potn4CWOaBev5W1GVBCyVbWBA_1qc_o-j-SFbiHwKYK_FHfyp4g/w314-h235/images.jpg" width="314" /></a></div><span style="font-family: arial;">Eu só lembro de São Francisco nestas horas. A Perfeita Alegria que ele propõe é não perdermos nossa paz por mais que o mundo nos maltrate. Ainda não cheguei lá!</span><p></p><p><span style="font-family: arial;">E lá se foi o pobre diabo resmungando e praguejando contra mim e contra tudo. Pobre diabo, não! Pelo que me disse, aquele se achava um diabo rico.</span></p>Licinio A Goncalveshttp://www.blogger.com/profile/03843317222650755943noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3007698502491252487.post-14100105681490735312020-10-19T14:12:00.000-07:002020-10-19T14:12:07.808-07:00Quando Deus nos soca o estômago.<p style="text-align: right;"><span style="font-family: arial;">Licínio Andrade Gonçalves</span></p><h2 style="text-align: left;"><span style="font-family: arial; font-size: x-small;">Originalmente publicado no Facebook dia 20.03.2020</span></h2><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhyBNcbVcBdrL99GVNOA6BpNCTO4gJF7sUpBqZ8_iXhDK3iWBkdJf9Nelo47m_85SieC7fcUeGqnq2Aif94a3cDuFAHQ2kX8R4o0ThI9iA2Pchle3Oq9tGXd9iKALSJCRHDOzbMSvzhMY4J/s501/Sem+t%25C3%25ADtulo2.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="139" data-original-width="501" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhyBNcbVcBdrL99GVNOA6BpNCTO4gJF7sUpBqZ8_iXhDK3iWBkdJf9Nelo47m_85SieC7fcUeGqnq2Aif94a3cDuFAHQ2kX8R4o0ThI9iA2Pchle3Oq9tGXd9iKALSJCRHDOzbMSvzhMY4J/w648-h180/Sem+t%25C3%25ADtulo2.png" width="648" /></a></div><span style="font-family: arial;">Às vezes Deus coloca pessoas na nossa vida para mostrar o quão pouco conhecemos dEle! </span><span style="font-family: arial;">Hoje, 20.03.20, mais uma vez Ele veio à janela da farmácia da UBS Alvorada - na verdade Ele não falha nem um dia - e me socou o estômago vazio de meio-dia.</span><p></p><p><span style="font-family: arial;">Em plena pandemia de Covid-19, me ponho a atender uma senhora na casa dos seus 80 e tantos anos, negra e de voz forte, cabelos indicando a muita idade. Ela me estende uma prescrição que prontamente atendo. </span><span style="font-family: arial;">Naquele momento, dono da atenção da sra. Maria da Conceição (nome real) moradora da Vila Boa Esperança, em Betim, aproveito a oportunidade para lhe aconselhar a ficar em casa e evitar contatos sociais, especialmente o ônibus que ela me relatou ter pegado para chegar ali.</span></p><p><span style="font-family: arial;">Foi um papo interessante. Eu tentando assustá-la e ela se assustando de verdade. Foi quando ela me estendeu outra prescrição, a da sua filha de 40 e poucos anos. Foi aí que eu cresci! </span><span style="font-family: arial;">Como uma filha deixava a mãe ir buscar medicamentos em um posto lotado em plena campanha para "trancafiar" os idosos em casa?</span></p><p><span style="font-family: arial;">Cheio de mim, achando que estava fazendo um bem para a humanidade, sentenciei: - Dona Maria, fale com sua filha que eu proibi a senhora de vir buscar medicamentos aqui pelos próximos 4 meses! Ela só fazia rir do meu jeito brincalhão.</span></p><p><span style="font-family: arial;">Querendo render assunto perguntei sobre o trabalho da filha. Estava desempregada há mais de ano. Uma menininha pra criar e que, muitas vezes, não tinha o que dar para comer. O nó começou a me estrangular. </span><span style="font-family: arial;">Parei de falar e comecei a ouvir. No fim descobri que Dona Maria Conceição era a única que podia buscar os remédios, pois não pagava ônibus.</span></p><p><span style="font-family: arial;">Quando, sentado no meu apartamento de classe média em Belo Horizonte, eu poderia imaginar que Dona Maria, como muitas Marias do mundo, não tinha outra opção a não ser ir ela mesma buscar os medicamentos da família?</span></p><p><span style="font-family: arial;">São nestes momentos que o nó estrangula e sufoca, que a visão se turva e goteja, pois vejo Jesus crucificado ali na minha frente.</span></p><p><span style="font-family: arial;">Paz e Bem!</span></p>Licinio A Goncalveshttp://www.blogger.com/profile/03843317222650755943noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3007698502491252487.post-65504458202162932692020-10-19T13:38:00.002-07:002020-10-19T13:48:41.822-07:00É hora de deixar a segurança da escravidão<div style="text-align: right;"><span style="font-family: arial;">Licínio Andrade Gonçalves</span></div><h2 style="text-align: left;"><span style="font-family: arial; font-size: xx-small;">Originalmente publicado no Facebook em 25.06.2020</span></h2><span style="font-family: arial;"><div><span style="font-family: arial;"><br /></span></div>Não importa o horário. Todos os momentos têm sido tardes de domingo. É aquela angústia, aquela sensação de hora do "Fantástico" se aproximando, mesmo não assistindo a rede Globo.</span><div><span style="font-family: arial;"><br /></span></div><div><span style="font-family: arial;">Há algo de esquisito no ar, como se a realidade estivesse mais densa, como se o ar tivesse ficado mais viscoso. As pessoas andam tristes. Acho que é isso! A tristeza adensa, gruda e faz tudo andar como se estivéssemos com o freio de mão puxado.
É que está morrendo muita gente. Muita gente também está sem perspectiva e vive uma outra morte. Há ainda quem beba dessa bebida densa, viscosa e fúnebre dos nossos dia e, envenenada a alma, saia contagiando ódio. </span><span style="font-family: arial;">Diferente da Covid-19, o ódio não deixa ninguém assintomático. Pior ainda, não confere imunidade definitiva.</span></div><div><span style="font-family: arial;"><br /></span></div><div><span style="font-family: arial;">Em italiano a palavra "bruto" quer dizer feio. Não encontrei melhor definição para os nossos dias. São tempos brutíssimos nos dois idiomas.
Quando li sobre a nuvem de gafanhotos não puder deixar de lembrar das pragas do Egito. O que diriam os antigos se vissem rios de lama, mares negros de óleo, incêndios que consomem florestas, dias transformados em noites pela fumaça, cervejas envenenadas, mortes incontáveis por uma doença invisível e agora nuvens de gafanhotos.
O problema é que não há Moisés que dê conta. Haja sangue de cordeiro para passar nos umbrais de nossas portas.</span></div><div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhhU_0-XzM95GJo6EJrxJL-R5tcaPRF2zjwud37eYbrZcBiw6KEGaUWk3O9evEUQAQxq9LXi8aOSYo-TtXHFxeCfm0Z9p3RC7jSi5Yk9fadQtgr9n-Z__y2yLx3I-1Iy7QlcVlMouhZLT8z/s738/deus-abrira-o-mar-para-voce-5959ad2d790fe.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="265" data-original-width="738" height="232" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhhU_0-XzM95GJo6EJrxJL-R5tcaPRF2zjwud37eYbrZcBiw6KEGaUWk3O9evEUQAQxq9LXi8aOSYo-TtXHFxeCfm0Z9p3RC7jSi5Yk9fadQtgr9n-Z__y2yLx3I-1Iy7QlcVlMouhZLT8z/w644-h232/deus-abrira-o-mar-para-voce-5959ad2d790fe.jpg" width="644" /></a></div><br /></div><div><span style="font-family: arial;">O anjo da morte está colhendo não só os primogênitos, mas agora leva também os anciãos.
Se não fizermos nosso êxodo agora, as tropas milicianas do Faraó nos alcançarão. É hora de deixar a segurança da escravidão e nos aventuramos no deserto da liberdade. Nosso modelo de sociedade expôs suas chagas purulentas. Temos que abrir o mar, este mar denso e viscoso que se tornou nossa realidade, fazer a travessia.
Vivemos em tempos divisores de águas, não nos enganemos. Resta saber quem chegará ao outro lado de pés enxutos.</span></div><div><span style="font-family: arial;"><br /></span></div><div><span style="font-family: arial;">Paz e Bem!</span></div>Licinio A Goncalveshttp://www.blogger.com/profile/03843317222650755943noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3007698502491252487.post-47036956112257638952020-10-19T12:48:00.002-07:002020-10-19T13:43:33.181-07:00Onde as certezas não dão lugar à razão.<p style="text-align: right;"><span style="font-family: arial;">Licínio Andrade Gonçalves</span></p><h2 style="text-align: left;"><span style="font-family: arial; font-size: xx-small;">Publicado originalmente no Facebook no dia 28.08.2020</span></h2><p><span style="font-family: arial;">Há muito penso em um dilema: é justo condenar com os olhos de hoje erros das gerações passadas? Posso eu, com os meus olhos de homem branco ocidental do século XXI, julgar o meu ancestral europeu pela invasão do continente americano, pela escravidão negra e genocídio indígena? Atenção, assumo que temos uma dívida histórica com estes povos e acho justa e necessária qualquer política de reparação, como as cotas, as demarcações de terras indígenas e quilombolas... Só questiono uma condenação retrógrada, quando temos parâmetros morais diferentes (mais evoluídos, quero crer).</span></p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgcJjrsLhreE1_7Iw3yTIMtIx_4eIw_vg_vspsGoklbU6L18L_yRXxgCW7HTBN_OgdOzpL8NqfWUJlNHBzqoA3xnN32MsBLCT08talI8BfGspZuywH3ayBzYBzlzmaWvS-8jVDj_Ys6g8BJ/s420/siga-em-frente.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="281" data-original-width="420" height="351" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgcJjrsLhreE1_7Iw3yTIMtIx_4eIw_vg_vspsGoklbU6L18L_yRXxgCW7HTBN_OgdOzpL8NqfWUJlNHBzqoA3xnN32MsBLCT08talI8BfGspZuywH3ayBzYBzlzmaWvS-8jVDj_Ys6g8BJ/w523-h351/siga-em-frente.jpg" width="523" /></a></div><span style="font-family: arial;">O que dirão as gerações futuras ao analisar nossa sociedade? Tenho certeza que seremos tidos como bárbaros! Afinal, apesar de ser legal e defendido por boa parcela da população, o que parecerá o homem do futuro sobre o despejo de famílias pobres e trabalhadoras para dar as terras a um latifundiário devedor de impostos? Já repararam que as pessoas em situação de rua viraram paisagem? Que as mulheres ganham menos fazendo o mesmo trabalho e muitos acha que tem que ser assim mesmo, pois engravidam?</span><p></p><p><span style="font-family: arial;">Mas graças a Deus evoluímos e evoluiremos, reconhecendo erros e tentando não mais cometê-los. Não sou escravo do meu passado, apesar de ser responsável por ele. Se eu não pudesse ser melhor, de que serviria viver?</span></p><p><span style="font-family: arial;">Às vezes me pergunto o que pensam meus companheiros de farra e esbórnia ao me verem franciscano secular. Já fiz muita coisa errada (aos olhos de hoje) e que não repetiria se tivesse a cabeça que tenho agora. Nem por isso me sinto acorrentado por elas. Posso estar errado em uma série de coisas que defendo hoje e quase certamente estarei, mas vivo e digo o que acredito agora.</span></p><p><span style="font-family: arial;">Quanto a criança que estava grávida de outra criança, penso que haveria um bom número de possibilidades diferentes, menos violentas e traumáticas, mas quem sou eu para condená-la? Fosse ela minha filha talvez não deixasse que abortasse, mas ela não é!</span></p><p><span style="font-family: arial;">Nem sei se tem alguma crença, se reza para algum deus. Creio ser difícil acreditar em Deus sendo estuprada desde os 6 anos. Como dizer que Deus é Pai, quando segundo o estuprador, o seu pai também abusava dela? Ao termos a possibilidade de apresentar um Deus que acolhe e que está ao lado do sofredor, pois Ele mesmo sofreu as injustiças desse mundo, apresentamos um deus que condena, que excomunga, que abre as portas do inferno.</span></p><p><span style="font-family: arial;">No direito canônico não há abertura para o aborto, mas não é o Código Canônico que rege nossa sociedade. Pode ser que no futuro entendamos que o aborto realmente é um crime, ou que não. Com certeza continuaremos a ter certeza que o estupro o é!</span></p><p><span style="font-family: arial;">Milenarmente as índias matam bebês que nasçam com deficiências, gêmeos ou frutos de adultério. Vão todas para o inferno? Na cresça delas é o que há de mais humano a fazer com aquelas crianças e o fazem por tradição e por amor.</span></p><p><span style="font-family: arial;">Divagações, eu sei, mas achei serem relevantes neste momento sombrio da história onde as certezas não dão lugar à razão!</span></p>Licinio A Goncalveshttp://www.blogger.com/profile/03843317222650755943noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3007698502491252487.post-21599070653558608792020-10-19T12:30:00.001-07:002020-10-19T13:14:29.243-07:00Cadê o orgulho de ser brasileiro?<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: right;"><span style="font-family: arial;">Licínio Andrade Gonçalves</span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiBmqhl8yfq3_3rKq9UU88_QdW_LNnu5oV-zPgdisemySiQCoWWGv-IyhgYOzPG9VarffS18BwV0asbSP8HLQPi2tvUbrZIBcDDOkOW74htNFk_ef-xHBHQu4IkzWiyY1IowsKh_u7uBkHS/s206/download+%25281%2529.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="128" data-original-width="206" height="231" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiBmqhl8yfq3_3rKq9UU88_QdW_LNnu5oV-zPgdisemySiQCoWWGv-IyhgYOzPG9VarffS18BwV0asbSP8HLQPi2tvUbrZIBcDDOkOW74htNFk_ef-xHBHQu4IkzWiyY1IowsKh_u7uBkHS/w372-h231/download+%25281%2529.jpg" width="372" /></a></div><span style="font-family: arial;"><p><span style="font-family: arial;"><br /></span></p>Li a publicação da amiga/irmã Giovanna Fonseca Beaumord, que contava algo que também vivemos: o orgulho de sermos brasileiros no exterior. Não vou enaltecer somente o Lula, pois ele foi a expressão de um anseio popular forjado a duras penas e lutas diárias contra uma política econômica e social excludente e elitista, m</span><span style="font-family: arial;">as houve época que ser percebido como estrangeiro e se declarar brasileiro era quase um êxtase.</span><p></p><p><span style="font-family: arial;">O Brasil era exemplo da superação das desigualdades e tínhamos a ousadia de sermos terceiro mundo com orgulho. </span><span style="font-family: arial;">O orgulho não residia em podermos viajar para o exterior, nem em ter acesso aos bem de consumo desejados, mas em vermos negros nas universidades, cidadãos das classes C e D viajando de avião, o trabalhador tendo direito a fazer um churrasco e comendo 3 (ou mais) vezes ao dia.</span></p><p><span style="font-family: arial;">Qualquer cristão deveria se sentir orgulhoso disso. Mesmo para os pentecostais defensores da "teologia da prosperidade", um país assim deveria ser sinal da aprovação do deus que eles acreditam. </span><span style="font-family: arial;">Mas não, não basta eu estar bem, não basta eu ter minhas necessidades satisfeitas, na cabeça doentia de uma "elite do atraso" (segundo Jessé de Souza) o que importa é eu estar melhor que os outros. Meu filho, branco, poliglota e educado em um dos melhores colégios católicos de Minas Gerais, não poderia dividir assento nas Universidades Federais com negros e pobres. Isso tinha que acabar!</span></p><p><span style="font-family: arial;">Leonardo Boff diz que "cada ponto de vista é a vista de um ponto". É justamente nessa hora que agradeço a graça divina, ao Deus que acredito, por ter me oportunizado duas coisa simultaneamente: ter a educação da classe média e a perspectiva dos pobres.</span></p><p><span style="font-family: arial;">É por isso que postei a imagem abaixo. Tenho uma profunda vergonha de um povo autofágico, que prefere entrar para a história como o segundo país que mais matou gente durante a pandemia do que admitir que errou na escolha do presidente. Aproximadamente 1/4 da população brasileira ainda se ocupa da ginástica absurdamente exaustiva de defender o governo federal.</span></p><p><span style="font-family: arial;">Por fim, me restam algumas certezas: 1ª estou certo, 2ª mais cedo ou mais tarde vamos sair dessa, 3ª se você acha bom o que está acontecendo ou é empresário, ou é iludido ou é burro mesmo!</span></p><p><span style="font-family: arial;"><br /></span></p><p><span style="font-family: arial;">Paz e Bem a todos!</span></p>Licinio A Goncalveshttp://www.blogger.com/profile/03843317222650755943noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3007698502491252487.post-76177443449603981532020-10-19T11:43:00.002-07:002020-10-19T14:16:26.945-07:00Feliz dia do professor para aqueles que ainda tem emprego<p style="text-align: right;"><span style="font-family: arial;">Licínio Andrade Gonçalves</span></p><h2 style="text-align: left;"><span style="font-family: arial; font-size: x-small;">Originalmente publicado no facebook dia 15.10.2020</span></h2><p><span style="font-family: arial;">Costumo brincar com um fato da minha vida. Digo que como franciscano, profissional da saúde (não médico) e professor, fiz triplamente o voto de pobreza. Como toda brincadeira sempre carrega um fundo de verdade, essa não seria uma exceção (infelizmente).</span></p><p><span style="font-family: arial;">Hoje, data na qual se comemora o dia do professor, venho fazer um pedido aos governantes e aos empresários do setor: não encarem o professor como um custo, mas como alicerce de uma nação ou, no mínimo, como diferencial da sua escola ou faculdade privada.</span></p><p><span style="font-family: arial;">Sem entrar em questões partidárias, mas nestes 20 anos como educador do ensino superior eu presenciei e senti no bolso as diferenças de prioridades em períodos distintos da nossa recente história. E nesses últimos 5 anos, estamos descendo uma ladeira bem íngreme.</span></p><p><span style="font-family: arial;">O glamour de ser professor não paga as contas! As homenagens recebidas não quitam boletos! Não dá para se alimentar da admiração dos alunos! Isso é fato! Não estou dizendo que isso tudo não nos emociona e motiva. Aliás, se ainda insisto em ser professor é também por isso.</span></p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgg07s0vgqk1TUfilrQwnR3Wm-YUEwS4CAzEVjjQ8tmHjoAOY6iIE_LEyFejcQqwvFq2tPAHDnpM-nt1wQJbFJeovRVHuTlvOw5TyPREj-1I1tOqqN7rxNhl2sHtUC5tW96dvd5rTWkEL0E/s310/download.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="163" data-original-width="310" height="245" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgg07s0vgqk1TUfilrQwnR3Wm-YUEwS4CAzEVjjQ8tmHjoAOY6iIE_LEyFejcQqwvFq2tPAHDnpM-nt1wQJbFJeovRVHuTlvOw5TyPREj-1I1tOqqN7rxNhl2sHtUC5tW96dvd5rTWkEL0E/w468-h245/download.jpg" width="468" /></a></div><span style="font-family: arial;">Enfim, acho que estamos no caminho errado. A Coreia do Sul deixou de ser um dos países mais pobres do mundo nas décadas de 1950 e 60 e se tornou uma nação desenvolvida e de alta renda em apenas uma geração, especialmente a partir da década de 1980. Este avanço econômico repentino, conhecido como "Milagre do Rio Ha", tornou o país um dos polos industriais e tecnológicos do mundo, com uma economia diversificada e avançada. Qual o segredo? Investimento maciço em EDUCAÇÃO. Criação de universidades e qualificação de professores foi a base.</span><p></p><p><span style="font-family: arial;">Desculpem-me o desabafo nesse dia, mas é frustrante ver seu país ser tirado dos trilhos; ver gente negando a ciência; ministros da educação que mais parecem bobos da corte e gente alucinada apoiando essa sandice.</span></p><p><span style="font-family: arial;">Feliz dia do professor para aqueles que ainda tem emprego, que conseguem fechar o orçamento no fim do mês e não tem uma crise de nervos todo fim de período letivo, seja pelo acúmulo de atribuições, seja pelo medo de ser demitido. Feliz dia do professor a quem consegue manter a Paz e ainda fazer o Bem!</span></p>Licinio A Goncalveshttp://www.blogger.com/profile/03843317222650755943noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3007698502491252487.post-86272303883415924432016-03-23T18:22:00.003-07:002020-10-19T14:36:30.055-07:00PREMISSA ERRÔNEA, ERRO DE FATO<div class="gmail_default" style="background-color: white; color: #222222; font-size: large;">
<div class="MsoNormal" style="text-align: right;">
<span face="Trebuchet MS, sans-serif" style="font-family: arial;">Por Licínio Andrade Gonçalves</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span face="Trebuchet MS, sans-serif" style="font-family: arial;"><br /></span></div>
<blockquote class="tr_bq" style="text-align: justify;">
<span face="Trebuchet MS, sans-serif" style="font-family: arial;">Como pesquisador, cansei de ver experimentos fracassarem por estarem fundamentados em hipóteses erradas. O mesmo vem acontecendo com as análises do momento político nacional, ou seja, tendo como fundamento uma premissa errônea, não há como chegar a uma conclusão correta.</span></blockquote>
<blockquote class="tr_bq" style="text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhhogBapX_uQrLNHMueH6i4d0BT_JTqBXybaMn-PdcVAM8D4mHNQpOziTmjqLBdgiuZ1oc0z71yXRx_oICDzI8qsPhvek4QHbMX44FxwqREvysK-7JQ5JKUoclTe7_QH24d2Pa312p50OHv/s200/simbol_erro.png" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: arial;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhhogBapX_uQrLNHMueH6i4d0BT_JTqBXybaMn-PdcVAM8D4mHNQpOziTmjqLBdgiuZ1oc0z71yXRx_oICDzI8qsPhvek4QHbMX44FxwqREvysK-7JQ5JKUoclTe7_QH24d2Pa312p50OHv/s200/simbol_erro.png" width="190" /></span></a><span face="Trebuchet MS, sans-serif" style="font-family: arial;">A primeira e principal premissa errônea e que vem motivando muito ódio nas ruas é a visão antiquada do que seria um governo de esquerda. Esta visão vem arraigada naqueles que, como eu, nasceram e cresceram durante a ditadura militar. Hoje em dia, quando falamos de esquerda, devemos fazê-lo pragmaticamente. Como diz Pio Giovani Dresch “<i>não defendo coisas que no meu tempo histórico me parecem irrealizáveis. Para mim, hoje, no Brasil e no mundo, ser de esquerda é lutar pela redução das desigualdades sociais, por saúde e educação para todos, pela defesa do meio ambiente, pela igualdade de gêneros, por políticas de inclusão, contra a brutal concentração de renda</i>”.</span></blockquote>
<blockquote class="tr_bq" style="text-align: justify;">
<span face="Trebuchet MS, sans-serif" style="font-family: arial;">A premissa errônea número dois é que a corrupção é conjuntural, ou seja, está localizada física e temporalmente neste ou naquele governo. As provas recentemente recolhidas pela Operação Lava Jato junto à empreiteira Odebrecht, mostram planilhas com nomes de políticos ou não, que receberam “financiamento” da empreiteira. Alguns datam de 1980. Ou seja, a corrupção é estrutural e não conjuntural. Alternam-se os atores mas o palco permanece o mesmo. Digo mais, é provável (na verdade, certo) que este esquema exista desde de antes do governo militar.</span></blockquote>
<blockquote class="tr_bq" style="text-align: justify;">
<span face="Trebuchet MS, sans-serif" style="font-family: arial;">Isso não exime ninguém de culpa! Só toco no assunto, pois a premissa de que trocar o governante acaba com a corrupção também é falsa. Como sugerido pelo Governo em 2013, logo após as manifestações que tomaram o país, a solução seria convocar uma Assembleia Nacional Constituinte para realizar uma ampla reforma política. Mas vejam bem, os representantes deveriam ser eleitos unicamente para este fim, ou acham que poderíamos deixar este assunto nas mãos dos atuais ocupantes do legislativo federal?</span></blockquote>
<blockquote class="tr_bq" style="text-align: justify;">
<span face="Trebuchet MS, sans-serif" style="font-family: arial;">Há muitas outras premissas erradas, como a da isenção da imprensa e de setores do judiciário, mas prefiro deixar para outra hora. Enfim, não dá para encontrarmos respostas corretas quando fazemos as perguntas erradas, ou ainda, não podemos construir um novo país sobre os mesmos alicerces do velho e condenado sistema político.</span></blockquote>
<blockquote class="tr_bq" style="text-align: justify;">
<span face="Trebuchet MS, sans-serif" style="font-family: arial;">Pense!</span></blockquote>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: arial;"><br /></span></div>
<blockquote class="tr_bq" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: arial;"><span face="Trebuchet MS, sans-serif">Fontes citadas:</span><br />
<span face="Trebuchet MS, sans-serif"><a href="http://bissexto.com.br/a-crise-e-a-solidao/" style="color: #1155cc;" target="_blank">http://bissexto.com.br/a-<wbr></wbr>crise-e-a-solidao/</a><a href="http://extra.globo.com/noticias/brasil/contabilidade-da-odebrecht-indica-pagamento-de-propina-desde-os-anos-1980-18938164.html?utm_source=Twitter&utm_medium=Social&utm_campaign=compartilhar" style="color: #1155cc;" target="_blank">http://extra.globo.com/<wbr></wbr>noticias/brasil/contabilidade-<wbr></wbr>da-odebrecht-indica-pagamento-<wbr></wbr>de-propina-desde-os-anos-1980-<wbr></wbr>18938164.html?utm_source=<wbr></wbr>Twitter&utm_medium=Social&utm_<wbr></wbr>campaign=compartilhar</a></span></span></blockquote>
</div>
<div class="yj6qo ajU" style="background-color: white; color: #222222; cursor: pointer; font-size: 12.8px; margin: 2px 0px 0px; outline: none; padding: 10px 0px; width: 22px;">
<div aria-label="Mostrar conteúdo cortado" class="ajR" data-tooltip="Mostrar conteúdo cortado" id=":ne" role="button" style="background-color: #f1f1f1; border-image-outset: initial; border-image-repeat: initial; border-image-slice: initial; border-image-source: initial; border-image-width: initial; border: 1px solid rgb(221, 221, 221); clear: both; line-height: 6px; outline: none; position: relative; width: 20px;" tabindex="0">
<span face="Trebuchet MS, sans-serif" style="font-family: arial;"><img class="ajT" src="https://ssl.gstatic.com/ui/v1/icons/mail/images/cleardot.gif" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: no-repeat; background-size: initial; background: url("//ssl.gstatic.com/ui/v1/icons/mail/ellipsis.png") no-repeat; height: 8px; opacity: 0.3; width: 20px;" /></span></div>
</div>
Licinio A Goncalveshttp://www.blogger.com/profile/03843317222650755943noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3007698502491252487.post-42313295104935780952015-06-26T07:46:00.001-07:002015-06-26T07:46:17.498-07:00<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"><b>Há tempos não escrevo, mas gostaria de compartilhar um texto do prof Rodrigo Ribeiro, publicado no seu blog "Amontoado de Ideias".</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"><b><br /></b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"><b>Faço isso quando encontro um grau de comunhão de opiniões que me faz perguntar: - Por que não fui eu que escrevi?</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"><b><br /></b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"><b>Então, vamos ao texto!</b></span></div>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">"<i>COMO É DAR AULA NO ENSINO SUPERIOR E A CORRUPÇÃO NA UNIVERSIDADE</i></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"><i><br /></i></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"><i>24 junho 15</i></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"><i>Pensei em escrever um texto crítico e formal a respeito da educação e da sociedade. Mas dizer que a educação é a salvação já ficou meio fora de moda. Portanto, acho melhor apenas contar pra vocês como é dar aula. Lembrando que este texto não é uma crítica à profissão. É apenas uma exposição das frustrações diárias e um apelo a uma mudança urgente de postura, não só dos alunos, mas da sociedade como um todo. Aqui mostro como a postura corrupta está enraizada nos alunos e já virou parte da comunidade acadêmica.</i></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"><i><br /></i></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"><i>Antes, uma pausa para minha relação com a profissão. Particularmente, gosto muito de ensinar. Gosto de matemática e gosto de entender matemática. Passar adiante minhas paixões é algo que faço por amor. Nunca houve problema sério o bastante para não desaparecer diante do quadro, dos alunos e sobre o tablado. Dar aula e pensar a respeito de matemática apagam, momentaneamente, claro, todos os meus problemas.</i></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"><i><br /></i></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"><i>“FAZ PROVA FÁCIL!”</i></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"><i><br /></i></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"><i>Minha felicidade se esvai diante das avaliações, dos comentários, da falta de compromisso dos alunos. Ouve-se mais “alivia aí, fessô!” do que “bom dia”, “boa tarde” ou “boa noite.” Há liberdade para chorar, mas não há liberdade para a educação e cortesia.</i></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"><i><br /></i></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"><i>“VALE PONTO, FESSÔ?”</i></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"><i><br /></i></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"><i>Em sua maioria, aluno não faz nada sem receber algo em troca. E a moeda de troca é chamada de ponto. A única motivação é o ponto. Sugestão de livros? Só valendo ponto. Lista de exercícios? Só valendo ponto. Fazer pelo conhecimento é ser taxado de idiota.</i></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"><i><br /></i></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"><i>TRABALHOS E LISTAS</i></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"><i><br /></i></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"><i>Tudo copiado. A cópia é quase sempre nítida. Conjecturo que numa turma de k alunos, apenas \sqrt{k} realmente fazem os trabalhos, enquanto todo o restante apenas copia dos colegas.</i></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"><i><br /></i></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"><i>Pai Rodrigo adivinhando o futuro: Esse aluno que só copia vai taxar de vagabundo moradores de rua. Vai dizer: “emprego tem demais, basta querer!”</i></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"><i><br /></i></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"><i>AULAS DE EXERCÍCIOS</i></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"><i><br /></i></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"><i>Durante aulas de exercícios, ninguém faz nada. O pedido geral é um resumão bem estilo pré-vestibular. Melhor ainda se você dar dicas do que cairá na prova (e pensar que nem assim os resultado são bons.) Gente pra gritar “faz um resumão aí, fessô!” Nunca falta. Você dá aula por meses antes de avaliação e aí lhe aparece vários que não prestaram atenção em nada, mas no dia da aula de exercícios eles aparecem lá só pra gritar a frase anterior ou pra escolher um exercício aleatório que sequer tentaram. Qual a razão de dar aula se no fim é dado um resumo mágico que abre todas as provas e desvenda todos os segredos?</i></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"><i><br /></i></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"><i>LISTA DE PRESENÇA</i></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"><i><br /></i></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"><i>Como aluno, confesso, nunca gostei de ir às aulas. Sempre preferi estudar sozinho. Assim poderia estudar durante a madruga, horário que sempre fui mais produtivo. Nunca tive problemas com chamadas. A aprovação era minha absolvição. Por conta disso, a única postura que adotei como professor foi a de passar uma lista de chamada e reprovar por infrequência apenas aqueles que não obtiveram 60 pontos. Ou seja, não precisou ir à universidade para ser aprovado? Parabéns, campeão.</i></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"><i><br /></i></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"><i>A regra da UFMG é reprovar aluno infrequente. Tenha ele a pontuação necessária para sua aprovação ou não. Portanto, estou isentando o aluno de um dever: frequentar a universidade. Qual o resultado? Alunos assinam as listas pelos colegas. O sujeito foi livrado de um dever, mas ele não quer dar nada como contra-partida. Ele ainda quer o direito de, caso reprovado na pontuação, fazer o exame especial.</i></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"><i><br /></i></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"><i>Nem vou comentar que assinar um documento em nome de outra pessoa é crime. Tem até nome: falsidade ideológica.</i></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"><i><br /></i></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"><i>Logo, se o professor deseja ser rigoroso com a lista de presença, ele deve chamar nome a nome, como lá nos tempos da escolinha infantil Girafinha Feliz.</i></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"><i><br /></i></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"><i>Pai Rodrigo adivinhando o futuro: Esse mesmo aluno que pede pro colega assinar a chamada, acha um absurdo o médico que só bate ponto e vai embora. Vai reclamar também do deputado que estava batendo dedo lá pro outro. Vai postar lá na timeline “É um absurdo!”</i></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"><i><br /></i></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"><i>PROVAS E COLAS</i></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"><i><br /></i></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"><i>Esta é a pior parte e a maior prova de que ninguém se preocupa com educação. Durante os meses de aula, o aluno não fez nada. Porém, chegada a prova, não foi possível estudar todo o conteúdo ou simplesmente não estudou mesmo. Qual o recurso utilizado? Cola. A pessoa não cumpriu com suas obrigações como aluno, nada fez até o momento da prova, porém ele ainda quer obter bom resultado. Apesar de totalmente irresponsável, o aluno ainda acha plausível apelar para a cola. Ainda quer uma boa nota. Isso é o absurdo dos absurdos. A incoerência da incoerência.</i></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"><i><br /></i></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"><i>Existem ainda casos mais absurdos. Aqueles que os alunos pagam outros para fazer a avaliação em seus lugares (preciso lembrar que aqui também se comete crime?). Chegamos ao ponto ridículo de precisar olhar documento dos próprios alunos por conta dessa atitude patética. Isso é literalmente comprar o próprio diploma. É ridículo querer o diploma mas não querer fazer nada.</i></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"><i><br /></i></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"><i>Pai Rodrigo adivinhando o futuro: O aluno colador, que hoje é engenheiro porque pagou gente mais esperta que ele pra se formar, vai gritar “Abaixo a corrupção!” aqui na porta de casa. Ele também vai compartilhar um monte de reportagem sobre escândalos de corrupção e vai dizer que esse país não tem jeito.</i></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"><i><br /></i></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"><i>O ALUNO, O PATRÃO E O FUTURO</i></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"><i><br /></i></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"><i>Enquanto considerou coisa de otário estudar quatro horas por dia, o aluno corrupto vai gastar 12h do seu dia, muito possivelmente, fazendo dinheiro pra outra pessoa. Ele não vai chegar pro chefe “alivia aí, chefe!”, “quebra essa aí, patrão!” porque ele sabe o destino de empregado molengão: rua. E ele vai dar duro, porque, ao contrário da educação superior, valoriza o emprego que tem. Sua timeline estará repleta de links contra a corrupção na política, contra desvio de verbas, enquanto continua perpetuando que colar não tem problema, assinar lista é “de boa” e pagar para fazerem suas avaliações é coisa de esperto. E assim continuaremos sendo essa sociedade que ainda não entendeu o valor moral e intelectual da universidade, pelos séculos dos séculos…"</i></span></div>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"><i><br /></i></span>
<br />
<br />Licinio A Goncalveshttp://www.blogger.com/profile/03843317222650755943noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3007698502491252487.post-8407218823231120222014-05-12T19:43:00.000-07:002014-05-12T19:44:42.709-07:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="clear: right; color: black; float: right; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEikWRsby1hE_gDB7FmDmyF2jV04yTdjb99_gQrEXLGVa8FVQrw4Dv1-fd8t6rze1DRWzD4NneJaUR1rPTLGzJXnhi4Bkchbc4V8xlQ7pUHawMfQQ8lor6EjUyBAi4y235QmXjkCgDXDlpVI/s1600/IMG_20140511_102952208_HDR.jpg" height="224" width="400" /></span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-large;"><a href="https://www.blogger.com/"></a><span id="goog_1830850705"></span><span id="goog_1830850706"></span>Momento Mágico</span></div>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Todos os domingos, durante a minha missão semanal de ajudar o coral das crianças na Paróquia Nossa Senhora do Pilar, acompanho com os olhos este garotinho, de quem não sei o nome, nem dele nem dos pais.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Vejo-o desde o colo, frequentadores assíduos que são os pais. Posso dizer que o vi começar a andar e galgar os primeiros passos em direção ao altar. Obviamente, criança atrai criança e foi assim que ele, neste último fim de semana, munido do seu violãozinho, veio me dar uma força na difícil tarefa de acompanhar meus colegas de violão (é que eu não ensaio e desconfio que mais atrapalho do que ajudo).</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Sentou-se ao meu lado, não se deixou distrair, empunhou seu violão com desenvoltura e ainda fez pose para a foto. Terminada a jornada, olhou para mim, estendeu a mão espalmada, dei um tapinha e um soquinho. Ele tirou o bico, sorriu e disse tchau, como que diz "valeu, semana que vem estaremos aí de novo!".</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">A principal ajuda, porém, não veio na música, mas na vida. Eu que estava super-estressado pela semana profundamente cáustica para minha alegria e fé, recheadas de corre-corres e na luta maluca para ganhar a vida, percebi ali que tudo isso é loucura, graças à alegria daquele garoto.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Deus nos dá a vida e todo homem é criado para vivê-la e não para ganhá-la. Por que deveríamos ganhar aquilo que já nos foi dado? "Pois que aproveitará ao homem se ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?" Qual o sentido de nossa vida a não ser buscar Deus mais e mais? </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Como diz Santo Inácio de Loyola, "o<span style="line-height: 20px;"> homem é criado </span><span style="line-height: 20px;">para louvar, reverenciar e servir</span><span style="line-height: 20px;"> a Deus Nosso Senhor, e assim </span><span style="line-height: 20px;">salvar a sua alma"</span><span style="line-height: 20px;">. Louvo a Deus por ter me dado a oportunidade de tocar com este menino e, assim, servi-lo na figura com que Ele mais se identifica.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="line-height: 20px;"><br /></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="line-height: 20px;">Amém.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
Licinio A Goncalveshttp://www.blogger.com/profile/03843317222650755943noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3007698502491252487.post-65586996476997051552013-12-14T15:07:00.007-08:002020-12-14T17:37:00.080-08:00A Madrugada, o Advento e o Cristão.<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 10.0pt;">A MADRUGADA, O ADVENTO E O CRISTÃO </span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: right; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 10.0pt;">Licínio</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 10.0pt;"><br></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 10.0pt;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj5O6X2AW7_quhE4-9Spam6h3ySj8jkWUDb3vRWzrzk3PV68E3q5Pce1_SpP1ukRdDrjuP70wrL4jwXc7VRZZ1y5VfGajei62fmjaaMS-SaLgfYODkASioPyLnE0nrsj1xenmR4Oshp4v9u/s1600/1607996234865849-0.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;">
<img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj5O6X2AW7_quhE4-9Spam6h3ySj8jkWUDb3vRWzrzk3PV68E3q5Pce1_SpP1ukRdDrjuP70wrL4jwXc7VRZZ1y5VfGajei62fmjaaMS-SaLgfYODkASioPyLnE0nrsj1xenmR4Oshp4v9u/s1600/1607996234865849-0.png" width="400">
</a>
</div><br></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 10.0pt;">Todos
os dias, com o aproximar da noite, temos a certeza da efemeridade do dia.
Entretanto, na madrugada, gravídica do Sol, temos a esperança de uma nova manhã
que, quem sabe, pode ser eterna.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoBodyText" style="line-height: 150%; text-indent: 35.4pt;">
<div style="text-align: justify;">
<br></div>
</div>
<div class="MsoBodyText" style="line-height: 150%; text-indent: 35.4pt;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 10.0pt;">A
humanidade, com toda sua efemeridade e enfermidade, sonha ser perene e sã,
pois, como a madrugada, se encontra prenhe e esperançosa do nascimento do seu
Sol, Jesus Cristo. Este nascimento é diário e particular, embora seus frutos
sejam eternos e comunitários. Este mesmo nascimento se faz histórico e secular quando,
movidos pelo Espírito que nos fecundou, tornamos o mundo transparente à
realidade do Reino.<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 10.0pt;">Cada
ação que realizamos para a concretização deste Céu aqui na terra, faz uma
ponte, ou melhor, abre uma janela no infinito vitral da Eternidade. Neste momento,
damos a luz à LUZ, fazemos verdadeira a VERDADE, pois co-construímos a VIDA.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 10.0pt;">Porém,
quando, ao contrário, nos fechamos a este Céu e colaboramos para que a nossa
vida e a de outros seja um inferno, estamos caiando a magnífica janela de Deus.
Neste momento abortamos, tal qual “Herodes” mais cruéis e tardios, a Boa
Notícia que é Jesus e o Reino por Ele anunciado e exercido.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br></div>
<div style="text-align: justify;">
<br></div>
<div class="MsoBodyTextIndent">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 10.0pt;">Portanto, neste contexto, podemos dizer que: Advento é
uma atitude de esperança e Natal deve ser a certeza de que, mesmo apesar das
estruturas de morte deste mundo, brilhará o Sol sobre todos e o Reino
triunfará. Para que isso aconteça, faz-se mister ser verdadeiramente cristão e
ser cristão é estar grávido do Evangelho, numa gravidez constante, para dar
testemunho do que é Eterno.<o:p></o:p></span></div>
</div>
Licinio A Goncalveshttp://www.blogger.com/profile/03843317222650755943noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3007698502491252487.post-72163372349260027162011-01-16T18:38:00.000-08:002011-01-16T18:38:41.028-08:00Eu acuso (texto do prof. Igor Pantuzza Wildmann)<div><div><div><table border="0" cellpadding="0" cellspacing="0"><tbody>
<tr><td style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;" valign="top"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Como podem ver, todas as postagens que fiz até hoje são de minha autoria. Porém, recebi várias vez por e-mail o texto que se segue e aqui o reproduzo na íntegra por ser de minha completa concordância.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br />
</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Licínio </span><br />
<blockquote style="border-left-color: rgb(16, 16, 255); border-left-style: solid; border-left-width: 2px; margin-left: 5px; padding-left: 5px;"><div><div><div><div><div><div><div><div><div dir="ltr"><div dir="ltr"><div><div style="display: inline; font-style: normal; text-decoration: none;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><div><div><div><div><div><div lang="PT-BR"><div><div><div><div><div style="text-align: justify;"><b>J’ACUSE !!!</b><b><br />
</b>(Eu acuso!)</div></div></div><div style="text-align: justify;">(Tributo ao professor Kássio Vinícius Castro Gomes)</div></div></div><div style="text-align: justify;">Mon devoir est de parler, je ne veux pas être complice.<br />
(Émile Zola)<br />
Meu dever é falar, não quero ser cúmplice. (...)<br />
(Émile Zola)</div></div></div><div style="text-align: justify;"><br />
Foi uma tragédia fartamente anunciada. Em milhares de casos, desrespeito. Em outros tantos, escárnio. Em Belo Horizonte, um estudante processa a escola e o professor que lhe deu notas baixas, alegando que teve danos morais ao ter que virar noites estudando para a prova subsequente. (Notem bem: o alegado “dano moral” do estudante foi ter que... estudar!). A coisa não fica apenas por aí. Pelo Brasil afora, ameaças constantes. Ainda neste ano, uma professora brutalmente espancada por um aluno. O ápice desta escalada macabra não poderia ser outro. O professor Kássio Vinícius Castro Gomes pagou com sua vida, com seu futuro, com o futuro de sua esposa e filhas, com as lágrimas eternas de sua mãe, pela irresponsabilidade que há muito vem tomando conta dos ambientes escolares. Há uma lógica perversa por trás dessa asquerosa escalada. A promoção do desrespeito aos valores, ao bom senso, às regras de bem viver e à autoridade foi elevada a método de ensino e imperativo de convivência supostamente democrática. No início, foi o maio de 68, em Paris: gritava-se nas ruas que “era proibido proibir”. Depois, a geração do “não bate, que traumatiza”. A coisa continuou: “Não reprove, que atrapalha”. Não dê provas difíceis, pois “temos que respeitar o perfil dos nossos alunos”. Aliás, “prova não prova nada”. Deixe o aluno “construir seu conhecimento.” Não vamos avaliar o aluno. Pensando bem, “é o aluno que vai avaliar o professor”. Afinal de contas, ele está pagando... E como a estupidez humana não tem limite, a avacalhação geral epidêmica, travestida de “novo paradigma” (Irc!), prosseguiu a todo vapor, em vários setores: “o bandido é vítima da sociedade”, “temos que mudar ‘tudo isso que está aí’; “mais importante que ter conhecimento é ser ‘crítico’.” Claro que a intelectualidade rasa de pedagogos de panfleto e burocratas carreiristas ganhou um imenso impulso com a mercantilização desabrida do ensino: agora, o discurso anti-disciplina é anabolizado pela lógica doentia e desonesta da paparicação ao aluno–cliente... Estamos criando gerações em que uma parcela considerável de nossos cidadãos é composta de adultos mimados, despreparados para os problemas, decepções e desafios da vida, incapazes de lidar com conflitos e, pior, dotados de uma delirante certeza de que “o mundo lhes deve algo”. Um desses jovens, revoltado com suas notas baixas, cravou uma faca com dezoito centímetros de lâmina, bem no coração de um professor. Tirou-lhe tudo o que tinha e tudo o que poderia vir a ter, sentir, amar.</div></div></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div></div></div><div style="text-align: justify;">Ao assassino, corretamente , deverão ser concedidos todos os direitos que a lei prevê: o direito ao tratamento humano, o direito à ampla defesa, o direito de não ser condenado em pena maior do que a prevista em lei. Tudo isso, e muito mais, fará parte do devido processo legal, que se iniciará com a denúncia, a ser apresentada pelo Ministério Público. A acusação penal ao autor do homicídio covarde virá do promotor de justiça. Mas, com a licença devida ao célebre texto de Emile Zola, EU ACUSO tantos outros que estão por trás do cabo da faca:</div></span></div></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div></div></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><b>EU ACUSO</b> a pedagogia ideologizada, que pretende relativizar tudo e todos, equiparando certo ao errado e vice-versa;</span></div></div></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><b>EU ACUSO</b> os pseudo-intelectuais de panfleto, que romantizam a “revolta dos oprimidos” e justificam a violência por parte daqueles que se sentem vítimas;</span></div></div></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><b>EU ACUSO</b> os burocratas da educação e suas cartilhas do politicamente correto, que impedem a escola de constar faltas graves no histórico escolar, mesmo de alunos criminosos, deixando-os livres para tumultuar e cometer crimes em outras escolas;</span></div></div></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><b>EU ACUSO</b> a hipocrisia de exigir professores com mestrado e doutorado, muitos dos quais, no dia a dia, serão pressionados a dar provas bem tranqüilas, provas de mentirinha, para “adequar a avaliação ao perfil dos alunos”;</span></div></div></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><b>EU ACUSO</b> os últimos tantos Ministros da Educação, que em nome de estatísticas hipócritas e interesses privados, permitiram a proliferação de cursos superiores completamente sem condições, freqüentados por alunos igualmente sem condições de ali estar;</span></div></blockquote></td></tr>
</tbody></table></div></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><b>EU ACUSO</b> a mercantilização cretina do ensino, a venda de diplomas e títulos sem o mínimo de interesse e de responsabilidade com o conteúdo e formação dos alunos, bem como de suas futuras missões na sociedade;</span></div></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><b>EU ACUSO</b> a lógica doentia e hipócrita do aluno-cliente, cada vez menos exigido e cada vez mais paparicado e enganado, o qual finge que não sabe que, para a escola que lhe paparica, seu boleto hoje vale muito mais do que seu sucesso e sua felicidade amanhã;</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><b>EU ACUSO</b> a hipocrisia das escolas que jamais reprovam seus alunos, as quais formam analfabetos funcionais só para maquiar estatísticas do IDH e dizer ao mundo que o número de alunos com<br />
segundo grau completo cresceu “tantos por cento”;</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><b>EU ACUSO</b> os que aplaudem tais escolas e ainda trabalham pela massificação do ensino superior, sem entender que o aluno que ali chega deve ter o mínimo de preparo civilizacional, intelectual e moral, pois estamos chegando ao tempo no qual o aluno “terá direito” de se tornar médico ou advogado sem sequer saber escrever, tudo para o desespero de seus futuros clientes-cobaia;</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><b>EU ACUSO</b> os que agora falam em promover um “novo paradigma”, uma “ nova cultura de paz”, pois o que se deve promover é a boa e VELHA cultura da “vergonha na cara”, do respeito às normas, à autoridade e do respeito ao ambiente universitário como um ambiente de busca do conhecimento;</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><b>EU ACUSO</b> os “cabeças–boas” que acham e ensinam que disciplina é “careta”, que respeito às normas é coisa de velho decrépito,</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><b>EU ACUSO</b> os métodos de avaliação de professores, que se tornaram templos de vendilhões, nos quais votos são comprados e vendidos em troca de piadinhas, sorrisos e notas fáceis;</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><b>EU ACUSO</b> os alunos que protestam contra a impunidade dos políticos, mas gabam-se de colar nas provas, assim como ACUSO os professores que, vendo tais alunos colarem, não têm coragem de aplicar a devida punição.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><b>EU VEEMENTEMENTE ACUSO</b> os diretores e coordenadores que impedem os professores de punir os alunos que colam, ou pretendem que os professores sejam “promoters” de seus cursos;</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><b>EU ACUSO</b> os diretores e coordenadores que toleram condutas desrespeitosas de alunos contra professores e funcionários, pois sua omissão quanto aos pequenos incidentes é diretamente responsável pela ocorrência dos incidentes maiores;</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Uma multidão de filhos tiranos que se tornam alunos-clientes, serão despejados na vida como adultos eternamente infantilizados e totalmente despreparados, tanto tecnicamente para o exercício da profissão, quanto pessoalmente para os conflitos, desafios e decepções do dia a dia. Ensimesmados em seus delírios de perseguição ou de grandeza, estes jovens mostram cada vez menos preparo na delicada e essencial arte que é lidar com aquele ser complexo e imprevisível que podemos chamar de “o outro”. A infantilização eterna cria a seguinte e horrenda lógica, hoje na cabeça de muitas crianças em corpo de adulto: “Se eu tiro nota baixa, a culpa é do professor. Se não tenho dinheiro, a culpa é do patrão. Se me drogo, a culpa é dos meus pais. Se furto, roubo, mato, a culpa é do sistema. Eu, sou apenas uma vítima. Uma eterna vítima. O opressor é você, que trabalha, paga suas contas em dia e vive sua vida. Minhas coisas não saíram como eu queria. Estou com muita<br />
raiva. Quando eu era criança, eu batia os pés no chão. Mas agora, fisicamente, eu cresci. Portanto, você pode ser o próximo.” Qualquer um de nós pode ser o próximo, por qualquer motivo. Em qualquer lugar, dentro ou fora das escolas. A facada ignóbil no professor Kássio dói no peito de todos nós. Que a sua morte não seja em vão. É hora de repensarmos a educação brasileira e abrirmos mão dos modismos e invencionices. A melhor “nova cultura de paz” que podemos adotar nas escolas e universidades é fazermos as pazes com os bons e velhos conceitos de seriedade, responsabilidade, disciplina e estudo de verdade.</span></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div></div><div style="text-align: justify;"><b><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Igor Pantuzza Wildmann</span></b></div><div></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><b>Advogado – Doutor em Direito. Professor universitário.</b> </span></div>Licinio A Goncalveshttp://www.blogger.com/profile/03843317222650755943noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3007698502491252487.post-12449710212375176832010-09-29T11:55:00.000-07:002010-10-01T13:11:24.976-07:00ELEIÇÕES NA ERA DA INTERNET<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-large;">Fica difícil começar, ou melhor, organizar as idéias e compor um quadro do que vi e vivi até o presente momento na campanha eleitoral deste ano.</span></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-large;">É difícil ser imparcial, especialmente com a história de vida que tenho junto ao PT. Deixo claro, pois, que o presente texto foi elaborado sob a ótica de alguém que, ainda adolescente, fez campanha para Sandra Starling no início dos anos 80 e que continuou, mesmo não sendo filiado, a trabalhar voluntariamente para o Partido nas diversas disputas eleitorais. Que tocou no comício do Lula em 1989 e que pela primeira vez não vai votar nele para presidente (quem sabe na próxima eleição?).</span></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-large;">Não quero, portanto, que achem que não tenho posição política (como vem sendo praticado pelos meios de comunicação social de maior impacto no Brasil).</span></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-large;">Indo ao assunto, o que mais me estarreceu foi o bombardeio de e-mails difamatórios, piadinhas jocosas e que visavam demonizar a candidata petista, mesmo sem argumentos para santificar o candidato tucano. Perdi horas respondendo à maioria destes e-mails e ficando enojado com as calúnias e distorções de fatos históricos que vi.</span></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-large;">Vi uma guerrilheira ser chamada de terrorista (confusão comum para quem está do outro lado da trincheira). Vi profecias póstumas e textos apocalípticos que, se fosse criança, me trariam dificuldade de dormir à noite. Ilógica total, brigando contra os fatos, quererem provar que o governo Lula levou o Brasil à desgraça. Vi aqueles que nunca fizeram nada além de olhar para o próprio umbigo criticarem programas sociais do Governo Federal, que retiraram da miséria absoluta brasileiro e fizeram cumprir a promessa (ou expectativa) do Presidente no discurso proferido após a confirmação da vitória no primeiro mandato: “...que cada brasileiro fizesse três refeições ao dia...”.</span></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-large;">Quando se tornava clara a derrota do tucanato, os meios de comunicação acima citados, criam factóides (como diria Brizola) e alegam cerceamento da liberdade de imprensa. Esquecem-se, pois, que durante o governo FHC existia a figura do Geraldo Brindeiro, mais conhecido como “Engavetador-Geral da República” e que abafou todos os escândalos com a conivência da imprensa dita “investigativa”. Como disse o próprio presidente: “Nós somos a opinião pública” indicando que é do povo a opinião e não dos donos dos meios de comunicação social. Obviamente, também foi distorcida esta fala.</span></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-large;">Hoje tenho a convicção que o voto em Dilma representará uma nova fase no processo de democratização do país. Não fecho os olhos aos problemas ocorridos durante os dois mandatos e tenho consciência da imperfeição de toda e qualquer instituição humana, mas se no Governo Lula tivemos a invasão da “Casa Grande” pela “Senzala”, espero agora a definitiva abolição da escravatura. No próximo dia 03 de outubro, véspera do dia de São Francisco, estarei digitando o número 13 para presidente e confirmando a esperança depositada já há oito anos em um Brasil melhor.</span></span></div>Licinio A Goncalveshttp://www.blogger.com/profile/03843317222650755943noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3007698502491252487.post-52946565132359063862010-08-16T20:03:00.000-07:002010-08-16T20:06:30.482-07:00<div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"> Há dez anos me tornei pai. Foi a primeira experiência. Sonhava com isso desde a infância, o que não deixa de ser curioso se olharmos com os olhos da contemporaneidade. Não sei bem o motivo, mas queria ter um filho e chamá-lo de Francisco, isso quando eu tinha os mesmos dez anos.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"> Meu sonho virou realidade e, devo dizer, veio melhor que a encomenda. Tenho um filho, chamado Francisco, de dez anos, lindo e muitíssimo especial (quem o conhece sabe). É uma criança educada, pontual com os amigos, carinhosa com o irmão – é claro que as vezes falha – de bom gosto musical, bom estudante, muito criativo, bem... tem todos os atributos que um pai coruja poderia descrever.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"> Entretanto, o maior presente que recebi quando ele nasceu e depois o Filipe, foi aprender a amar mais meus pais. Acho que só quando “vestimos a roupa”, quando “calçamos os sapatos” é que podemos compreender a “dor e a delícia” de sermos pais. </span><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">Não que eu desmerecesse o que meus pais fizeram por mim e por meu irmão, mas é algo inexplicável. Só vivendo para experienciar.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"> Havia horas, quando ele ainda era bebê e eu o embalava para dormir, que achava que meu coração ia explodir de tanta felicidade e amor. Ver seu primeiro sorriso, sua luta para andar e as primeiras palavras. Olha que custou a sair um “papai”! Mas é uma aventura linda de viver.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"> Outra coisa, talvez a mais importante, foi dar significado à palavra Pai quando aplicada ao Deus que acredito. Tudo se torna diferente! Parece que cai a cortina e podemos entender todo Amor. Amor de quem dá o próprio Filho para que nos tornemos filhos também.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"> Só posso concluir dizendo: Obrigado meu filho, muito obrigado papai e muitíssimo obrigado meu Pai!</span></div>Licinio A Goncalveshttp://www.blogger.com/profile/03843317222650755943noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3007698502491252487.post-73110836919290457412010-07-13T19:28:00.001-07:002020-10-19T14:43:03.812-07:00Tristeza e Triunfo.<div style="text-align: right;"><span style="color: white; font-family: arial; font-size: large;">Licínio Andrade Gonçalves</span></div><span style="color: white; font-family: arial; font-size: medium;">
<span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span"></span></span><br />
<span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span"><div class="western" style="font-style: normal; font-weight: normal; margin-bottom: 0cm; orphans: 2; text-align: justify; widows: 2;"><span><span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" face="Arial, Helvetica, sans-serif">Hoje alguém morreu. Como acontece todos os dias em todas as partes do mundo. Porém, esta pessoa era jovem, como muitos jovens que morrem todos os dias em todas as partes do mundo.</span></span></span></div><div class="western" style="margin-bottom: 0cm; orphans: 2; text-align: justify; widows: 2;"><span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" face="Arial, Helvetica, sans-serif"><br />
</span></span> </div><div class="western" style="font-style: normal; font-weight: normal; margin-bottom: 0cm; orphans: 2; text-align: justify; widows: 2;"><span><span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" face="Arial, Helvetica, sans-serif">O que diferenciava esta pessoa era absolutamente nada. Seria uma pessoa comum, não fosse a doença. Estudava em uma faculdade como milhares de jovens doentes. Escolheu fazer Farmácia, talvez pela doença, talvez não.</span></span></span></div><div class="western" style="margin-bottom: 0cm; orphans: 2; text-align: justify; widows: 2;"><span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" face="Arial, Helvetica, sans-serif"><br />
</span></span> </div><div class="western" style="font-style: normal; font-weight: normal; margin-bottom: 0cm; orphans: 2; text-align: justify; widows: 2;"><span><span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" face="Arial, Helvetica, sans-serif">Não era melhor, ou pior que qualquer outro aluno! Fui seu professor e isso posso professar!</span></span></span><span class="Apple-style-span" face="Arial, Helvetica, sans-serif"> O que me abalou mais foi o fato dela estar se formando (iria defender seu trabalho de conclusão de curso, não fosse a doença).</span></div><div class="western" style="font-style: normal; font-weight: normal; margin-bottom: 0cm; orphans: 2; text-align: justify; widows: 2;"><span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" face="Arial, Helvetica, sans-serif"><br />
</span></span> </div><div class="western" style="font-style: normal; font-weight: normal; margin-bottom: 0cm; orphans: 2; text-align: justify; widows: 2;"><span><span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" face="Arial, Helvetica, sans-serif">Ai estava a diferença! Morreu alguém que estava se graduando em Farmácia. E a morte é inexorável e irreversível. Não a teremos mais defendendo seu trabalho. Não a teremos mais lutando contra a doença, contra as dificuldades e sofrimentos.</span></span></span></div><div class="western" style="font-style: normal; font-weight: normal; margin-bottom: 0cm; orphans: 2; text-align: justify; widows: 2;"><span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" face="Arial, Helvetica, sans-serif"><br />
</span></span> </div><div class="western" style="font-style: normal; font-weight: normal; margin-bottom: 0cm; orphans: 2; text-align: justify; widows: 2;"><span><span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" face="Arial, Helvetica, sans-serif">Fiz então a pergunta a mim mesmo: Isso é motivo de tristeza ou de triunfo? Pois ela triunfou sobre as limitações e foi ceifada antes da colheita. Sabe-se lá qual a resposta, mas fico com a sensação do triunfo.</span></span></span></div><div class="western" style="font-style: normal; font-weight: normal; margin-bottom: 0cm; orphans: 2; text-align: justify; widows: 2;"><span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" face="Arial, Helvetica, sans-serif"><br />
</span></span> </div><div class="western" style="font-style: normal; font-weight: normal; margin-bottom: 0cm; orphans: 2; text-align: justify; widows: 2;"><span><span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" face="Arial, Helvetica, sans-serif">Triunfar não é ganhar simplesmente! Triunfar não é erguer o troféu, mas conquistá-lo pelo merecimento! Não há vitória definitiva, a não ser a que conquistamos sobre nossa própria ignorância, ou seja, podemos vencer um obstáculo hoje e tropegamente cair nesta mesma barreira amanhã. Vitórias há várias e igual número de derrotas. Triunfo há um só: Superarmos a nós mesmos.</span></span></span></div><div class="western" style="font-style: normal; font-weight: normal; margin-bottom: 0cm; orphans: 2; text-align: justify; widows: 2;"><span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" face="Arial, Helvetica, sans-serif"><br />
</span></span> </div><div class="western" style="font-style: normal; font-weight: normal; margin-bottom: 0cm; orphans: 2; text-align: justify; widows: 2;"><span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" face="Arial, Helvetica, sans-serif"><br />
</span></span> </div><div class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" face="Arial, Helvetica, sans-serif">Adeus Ana Raquel.</span></span></div></span></span></span>Licinio A Goncalveshttp://www.blogger.com/profile/03843317222650755943noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3007698502491252487.post-89006946134552499742010-05-19T12:38:00.000-07:002010-05-19T12:38:40.421-07:00Francisco de Óculos -Ficou Lindo!<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgG7i5cXA9F_qcxRl3EM-TJo57RGQFU29ZSC2QR-orRgvgyUETjTgNPWVsN7Q335jEwCvTbRif54txYLZzZuyMmBkNN9oxLwBKt1OwSDH8AGTvrJ-vcGrEwPhnQ856f0HXzRUm_at9ffouq/s1600/DSC01707.JPG"><img style="CLEAR: both; FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgG7i5cXA9F_qcxRl3EM-TJo57RGQFU29ZSC2QR-orRgvgyUETjTgNPWVsN7Q335jEwCvTbRif54txYLZzZuyMmBkNN9oxLwBKt1OwSDH8AGTvrJ-vcGrEwPhnQ856f0HXzRUm_at9ffouq/s400/DSC01707.JPG" border="0" /></a><div style='clear:both; text-align:LEFT'><a href='http://picasa.google.com/blogger/' target='ext'><img src='http://photos1.blogger.com/pbp.gif' alt='Posted by Picasa' style='border: 0px none ; padding: 0px; background: transparent none repeat scroll 0% 50%; -moz-background-clip: initial; -moz-background-origin: initial; -moz-background-inline-policy: initial;' align='middle' border='0' /></a></div>Licinio A Goncalveshttp://www.blogger.com/profile/03843317222650755943noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3007698502491252487.post-83431537032222213402010-05-18T20:19:00.000-07:002010-05-18T20:21:37.432-07:00Faça Amor, não faça Guerra!<div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">Há um bom tempo que não posto nada no blog. Falta de tempo! As atividades didáticas e farmacêuticas têm me consumido por completo. Hoje, porém, tive vontade de ficar acordado mais um pouco e desabafar por escrito.</span></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">Assisti há pouco, vídeos que mostram a violência da polícia contra estudantes de uma das instituições onde leciono. Inadmissível! Homens armados e treinados para bater, contra estudantes de mãos nuas e mochilas nas costas. Balas de borracha, cassetetes e bombas de gás lacrimogênio, por obstrução de uma pista da Raja Gabaglia? Sempre este tipo de ação vem seguida da desculpa: - “ Foram eles que começaram!” .</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;"><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">Violência gratuita e desmedida! Invasão da faculdade para bater em jovens que ali se refugiavam não tem justificativa!</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;"><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">Aos alunos minha solidariedade, mas acho que é preciso conversar mais, escutar mais e negociar mais. Percebam que o maior tiro disparado nesta confusão foi dado contra suas próprias cabeças. Manchar o nome da instituição onde se pretende formar não é lá, digamos, muito inteligente. O mesmo me atrevo a dizer à instituição.</span></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">Mudanças são sempre dolorosas, portanto, não precisamos infringir mais dor. Não me sinto devidamente esclarecido para dizer se as mudanças propostas são boas ou ruins, mas o processo está sendo equivocadamente conduzido por ambas as partes.</span></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">Com os colegas professores compartilho a insegurança que todos estão vivendo. Do meu ponto de vista, creio que devemos seguir o caminho da legalidade, pois é o único que nos resta quando a justiça nos falta.</span> </div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"></span> </div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">Um abraço fraternal a todos (inclusive nos policiais).</span></div>Licinio A Goncalveshttp://www.blogger.com/profile/03843317222650755943noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3007698502491252487.post-60684091818102405192010-04-23T22:05:00.000-07:002010-04-24T21:00:10.510-07:00No País das MaravilhasConstatei um fato assustador: É proibido ficar triste nos dias de hoje!<br />
<br />
<br />
Fossa, dor de cotovelo, calundu, crise, seja lá que nome for dado à sensação de desconforto gerado por uma decepção ou uma frustração, esta deve ser extirpada da alma a qualquer custo. Observei isso entre os jovens e, posteriormente, entre os adultos. Vivemos no mundo da fantasia gerado pelos antidepressivos.<br />
<br />
A fluoxetina e seus congêneres, a Amitriptilina e sua turma, são hoje comuns entre meus alunos e meus colegas. Sei que ninguém é obrigado a se sentir deprimido, mas vamos e venhamos, há um exagero!<br />
<br />
As conseqüências disso me preocupam. Como superar um crise sem vivê-la profundamente? Como sair da fossa sem mergulhar e tomar impulso no fundo do poço? Viveremos a superficialidade dos fatos, não mais teremos que chorar dias a fio para sofrer a mudança? Imaginem uma lagarta que não se encasula...como virará borboleta?<br />
<br />
Medo de sofrer todos temos, mas devemos saber que a tristeza e alegria vivem no mesmo lugar. O que é a tristeza se não a retirada da alegria? O que é a alegria, senão o preenchimento da tristeza?<br />
<br />
Fico a imaginar se Vinícius de Moraes tomasse Sertralina ao invés de whisky? Que seria da poesia sem a dor de cotovelo? Isso me assusta, pois um dos reflexos desta geração “Alice no País das Maravilhas” é justamente a ausência da poesia. Basta analisar as letras das músicas de maior sucesso atualmente. Pobreza de espírito e de alma. Isso se reflete também nas relações, cada dias mais impessoais.<br />
<br />
Não forjaremos nunca nosso espírito sem o fogo da tristeza. Ele queima! Escurece o horizonte e nos dobra com facilidade. Sentimos o gosto da morte, não daquela que cessa a vida, mas que interrompe um ciclo. E eles são vários. Hoje, porém, tenta-se subverter o dito popular, pois queremos uma alegria que sempre dure e uma tristeza que nada permaneça. <br />
<br />
Quero a poesia da dor e da alegria! <br />
Quero mais que isso, <br />
Quero viver a valentia!<br />
<br />
Necessito da escuridão para valorizar a luz,<br />
Preciso viver ressurreição para dar sentido à cruz.<br />
<br />
Que a morte visite meu dia-a-dia<br />
Mas não me arraste antes da hora<br />
Embriagado em falsa euforia.<br />
<br />
Que o medo não imobilize a alma,<br />
E que esta, de tão sedada, não exagere a calma.<br />
<br />
Peço a Deus que me dê Fortaleza,<br />
Pois quem pode se tornar maduro<br />
Evitando viver a tristeza?Licinio A Goncalveshttp://www.blogger.com/profile/03843317222650755943noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-3007698502491252487.post-27640891180696819742010-04-08T07:48:00.000-07:002010-04-08T11:03:12.064-07:00Educação de Nível SuperiorRecentemente, em sala de aula, levantei a questão: Que profissional estou ajudando a formar?<br /><br />Ao meu ver, formação superior vai muito além de aprendizado de técnicas ou o "decoreba" de processos fisiológicos e farmacológicos. Reter informação é diferente de saber aplicá-la.<br /><br />Não quero parecer saudosista e dizer que antigamente era melhor, pois também questiono a qualidade do aprendizado que recebi. Mas o fato que salta aos olhos é que, a cada dia, são minimizados os conteúdos das disciplinas ficando apenas o "essencial".<br /><br />A grande pergunta é: O que é essencial?<br /><br />Segundo Antoine de Saint-Exupéry, " o essencial é invisível aos olhos". E aí? Como ficamos? As faculdades pressionadas pela concorrência, buscam cursos mais curtos e mais baratos. Em outro nível, especialmente no curso de farmácia, a obrigatoriedade da formação de profissionais generalistas, acabam colocando coordenadores de curso e colegiados em uma encruzilhada.<br /><br />Seleciona-se, pois, aquilo que é fundamental à formação profissional, o que nem sempre significa o essencial. Um bolo pode ter o fundamental: farinha, ovos, leite, etc. Isso até mata a fome, mas se não tiver essência, fica a sensação de incompletude. Perde a graça!<br /><br />Nossos cursos não podem se ater a dizer que existe a fosforilação oxidativa, é preciso saber o que é isso, para que serve e onde isso muda minha vida.<br /><br />Certa feita, ao falar de dado tema em uma aula, ouvi de uma aluna: - Professor, para que isso serve para mim? Fiz uma pausa e depois de refletir, respondi: - Para você ser uma pessoa melhor!<br /><br />Já imaginaram se Einstein, Leonardo da Vinci, Platão, Paracelsus, entre outros, descartassem o essencial e ficassem só com o fundamental? Quando sinto a essência de uma flor, esta me comunica mais que seu aspecto. Gostaria de sentir a essência em meus alunos ao invés de ouvir perguntas do tipo: - Já fez chamada? É pra entregar? Vale ponto? Cai na prova?<br /><br />Com a queda do socialismo real e a preponderância do neoliberalismo, as relações também se tornaram capitalistas, ou seja, só capto aquilo que serve de imediato. O lúdico perdeu seu espaço, a não ser que gere renda. Por isso, lanço uma campanha:<br /><br />NÃO AO FARMACÊUTICO GENERALISTA! SIM AO FARMACÊUTICO ESSENCIAL!Licinio A Goncalveshttp://www.blogger.com/profile/03843317222650755943noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-3007698502491252487.post-77879865649608350662010-04-05T18:57:00.000-07:002010-04-05T19:06:00.994-07:00Uma coisa tem me angustiado desde a última sexta-feira. Ao fazer minha declaração de imposto de renda, descobri que trabalhei todas as noites para o Governo em 2009.<br />No ano passado, achando que estava fazendo muita vantagem, quase me matei trabalhando em quatro empregos nos três turnos (72h/semana). Três faculdades mais a prefeitura de Betim/MG.<br />Ao assumir o turno da noite em uma faculdade, julguei que aumentaria meus ganhos, porém, descobri que tudo que ganhei foi para pagar imposto de renda. Não quero nem lembrar de IPVA, IPTU, ICMS e ISS e outra centena de siglas que começam com I.<br />JÁ LARGUEI UM EMPREGO!Licinio A Goncalveshttp://www.blogger.com/profile/03843317222650755943noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3007698502491252487.post-19035683635651626792010-04-05T13:22:00.000-07:002010-04-05T13:26:08.053-07:00Começando devagar.Estou iniciando este blog para servir meio de comunicação com alunos, amigos e familiares, além de expressar minha opiniões e pensamentos. Espero que os visitantes gostem e contribuam.<div>Obrigado.</div>Licinio A Goncalveshttp://www.blogger.com/profile/03843317222650755943noreply@blogger.com1