A MADRUGADA, O ADVENTO E O CRISTÃO
Licínio
Todos
os dias, com o aproximar da noite, temos a certeza da efemeridade do dia.
Entretanto, na madrugada, gravídica do Sol, temos a esperança de uma nova manhã
que, quem sabe, pode ser eterna.
A
humanidade, com toda sua efemeridade e enfermidade, sonha ser perene e sã,
pois, como a madrugada, se encontra prenhe e esperançosa do nascimento do seu
Sol, Jesus Cristo. Este nascimento é diário e particular, embora seus frutos
sejam eternos e comunitários. Este mesmo nascimento se faz histórico e secular quando,
movidos pelo Espírito que nos fecundou, tornamos o mundo transparente à
realidade do Reino.
Cada
ação que realizamos para a concretização deste Céu aqui na terra, faz uma
ponte, ou melhor, abre uma janela no infinito vitral da Eternidade. Neste momento,
damos a luz à LUZ, fazemos verdadeira a VERDADE, pois co-construímos a VIDA.
Porém,
quando, ao contrário, nos fechamos a este Céu e colaboramos para que a nossa
vida e a de outros seja um inferno, estamos caiando a magnífica janela de Deus.
Neste momento abortamos, tal qual “Herodes” mais cruéis e tardios, a Boa
Notícia que é Jesus e o Reino por Ele anunciado e exercido.
Portanto, neste contexto, podemos dizer que: Advento é
uma atitude de esperança e Natal deve ser a certeza de que, mesmo apesar das
estruturas de morte deste mundo, brilhará o Sol sobre todos e o Reino
triunfará. Para que isso aconteça, faz-se mister ser verdadeiramente cristão e
ser cristão é estar grávido do Evangelho, numa gravidez constante, para dar
testemunho do que é Eterno.